sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Recomeço de encontro ao mar



Estava próxima ao mar. Sentindo o vento acariciar seu rosto como há muito tempo ninguém fazia. O prazer que sentia ao olhar o mar a fazia suspirar de tamanha felicidade. Estava triste, era bem verdade. Mas ali, com os pés na areia, abraçada pela brisa e acariciada pelo mar sentia-se segura e protegida. Tudo que havia passado, toda aquela dor, parecia se diluir em meio ao mar, ao ar, à areia... Pensou em quantas vezes desejou estar ali acompanhada por certo alguém. Desejou um dia rolar na areia livre como duas crianças. Correr na beira d’água, pulando pequenas ondas, sem medo, braços livres, peito aberto. O sol estava tímido naquele dia por entre algumas nuvens cinzas. Cinzas como o seu sorriso, seu coração. Largou tudo para estar ali. Sozinha. Mas acalentada pelo mar. As ondas que iam e vinham eram o espelho da sua coragem. Coragem que vai e vem. Num ritmo qualquer, pois o desejo, assim como o vento, era transparente. Grande domador das ondas, da sua coragem. A cada avanço um recuo. A cada passo dado um retrocesso. Sua vontade era permanecer ali, naquele paraíso. Poderia ser sua casa. Não precisava de paredes, teto, móveis. Tinha o céu, o mar, o vento e a areia. Ninguém que tocasse a campainha. Então, deitou-se na areia sorridente. Sorriso largo. As nuvens estavam se dissolvendo. Pingos frios caiam sobre seu rosto agora corado. O toque suave das gotas de chuva a acarinhavam e umedeciam seus poros, encharcavam seus cílios e sua boca. Emoção. Tinha certeza que ali era o seu lugar.
16/12/2008

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