segunda-feira, 27 de abril de 2009


Uma vez me disseram que amor de mãe é pra vida toda. Questionei-me logo em seguida: “Vida toda” de quem? Dela ou do filho? Apesar da minha “pouca” idade, me preocupei com isso. Hoje, folheando uma revista qualquer, apreciei a fotografia de um bebê risonho e vestido como uma boneca. Logo pensei: Quero um desse pra mim! Que criatura mais linda! Passaram-se alguns segundo e me veio a tal frase em mente. Veio com peso. Senti o vazio novamente. Este que vem me perseguindo a cada dia. Entristeci só de pensar se me tornaria uma mãe como a qual não quero ter. Enxuguei o rosto e tentei sorri como o bebê que sorria na foto. Pensei em nascer de novo, mas não da mesma barriga. De barriga nenhuma. Simplesmente nascer. Muito me admirei por pensar em nascimento... Alguém que vem “morrendo aos poucos” querendo nascer. Nem sequer perspectiva de placenta eu tenho. Quanto absurdo. Tentei me esquivar do meu sofrimento oculto e voltar àquela revista cheia de figuras. O bebê. Estava ali, rindo de mim. Rindo descaradamente. Senti inveja da sua felicidade. Quem seria sua mãe? Será que o amor dela por ele era “pra vida toda”? Será que ele a ama? E o seu amor também é para “a vida toda”? Não houve resposta. Fechei a revista. Ele apenas ri. Senti falta do ausente. De quem já não se faz mais. Não se faz mais para mim. Não me faz sentir o que seria pra sempre. Chorei por amor ou, quem sabe, pela falta dele.

(27/04/2009)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Silêncio


A mais pura vontade
Calada
Trancada em sua estória
Calada
Chorando por não ser quem é
Calada
Gritando por dentro, ecoando em sua respiração
Calada
Olhando nos olhos falantes, amados
Calada
Sorrindo timidamente enquanto recebia elogios sem cor
Calada
Querendo gritar e apertar-lhe ao peito
Ainda calada
Caída, morta, sem coragem, branca
Sem chão, sem verdade, sem mundo, o seu mundo
Coração pulsando por viver
Mas ainda assim calada.
21/04/2009.

A quem sentir


Amor amado

Fortalecido pelo tempo

Banhado pelo sol, acariciado pela chuva

Trazendo os sorrisos mais lindos

Corações entrelaçados, destinos livres

Liberdade de andar junto

Para sempre dois corações

(21/04/2009)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A rosa e o sol


A rosa canta
Lá vem minha gente a rosa
A rosa canta
A rosa dança
Dança linda, ela leve, ela solta.
Vem minha rosa que te espero há muitas horas
Venha que nos meus braços o vento arrepia e te fará sorrir
Sorrir esse riso farto, esse riso vago, esse riso que é só meu.
Corra que ao seu ritmo você vai longe
Longe bem longe, muito longe daqui
Vá, vá sim, sozinha
Livre
Linda
Solta
Sorriso largo
Para sempre a minha rosa.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Noite crua a um 1º de abril

Cheguei a imaginar que pudesse dormir. Deitei sentindo o corpo ausente, frio e sozinho. Pensava nas palavras ouvidas. Palavras lidas. Fechava os olhos mas o medo aumentava e assim abria-os rapidamente na tentativa rápida de fuga. Olhos próximos à parede branca, o delírio vinha como o vento. Tentando descobrir um “porquê”. Não sentia fome, nem vontade de sair dalí. O sono vinha mas lutava contra ele com indiferença. Queria manter-me acordado e descobrir do lençol a minha tristeza. Olhei o relógio... 2: 48hs. Nesse momento as pessoas dormem, bebem, vão ao banheiro, cantam, riem, voltam para casa, beijam e fazem mais. Estão juntas. Ou sozinhas. A angústia do amanhã continuava a tirar meu sono. Dia de sol ou de chuva. Provavelmente não seria interessante como havia planejado, sonhado, almejado. O diferente torna-se comum. A alegria transforma-se em um rosto sério novamente. A pulsação acelerada morna, adormece. E eu já não sei o que estamos vivendo.
01/04/2009.